sábado, 11 de abril de 2015

O povo vai as ruas dia 12/04


Eu estarei na rua neste domingo, dia 12. Você, que me lê, vá também. As coisas não vão bem, e se depender de quem está no poder, nossa única possibilidade é esperar mais quatro longos anos.
Tem muita gente indignada, e com razão. A escala do Petrolão é inédita na nossa história de escândalos de corrupção. E pelo que se diz, BNDES esconde surpresas ainda maiores. É para ir à rua sim, e marcar pela força dos números o tamanho da revolta de um povo que não vai mais levar tapa na cara e ficar quieto.
Todo mundo sabe o que não quer. Parece, no entanto, que muitos ainda não descobriram o que querem; quais as bandeiras positivas que substituirão os erros atuais. Falta uma narrativa mais clara dos descaminhos dos últimos quatro anos, que nos permita, portanto, pensar em soluções.
A crise que vivemos agora foi gestada pelo primeiro governo Dilma e sua Nova Matriz Econômica. A expansão do crédito que fez todo mundo contrair mais dívidas para consumir mais. Nosso investimento, que já era baixo, caiu ainda mais. Numa época em que poderíamos estar investindo, aproveitando o preço alto de nossas exportações de matéria-prima, só consumimos, guiados pelo governo. O aumento dos gastos fez com que as contas públicas piorassem, transformando o que era superávit em déficit; ou seja, em ainda mais dívida. Preços que precisavam subir foram mantidos artificialmente baixos para estimular o consumo e não piorar nossos índices de inflação. O governo adiou a conta o máximo que pôde, mas agora ela chegou.

O crescimento pelo consumo se esgotou. E os efeitos disso – a subida dos preços, a destruição de postos de trabalho, a incerteza quanto ao futuro, a estagnação – doem até mais na vida da população do que os bilhões que foram roubados na Petrobrás.
Criticar a corrupção – e tirar a presidente caso seja culpada – é necessário. Mas não basta. Não devemos rejeitar apenas dos desvios, maso próprio rumo que o PT nos impingiu, e seguir por um rumo melhor. E está cada vez mais claro que esse rumo novo e promissor passa pelas bandeiras liberais: colocar ordem na casa, reduzir gastos, tornar a economia mais livre e dinâmica para que possa crescer; cortar e simplificar impostos, focar na criação de capital físico e humano, combater a inflação, integrar a economia brasileira ao resto do mundo. Só assim superaremos o legado dos últimos anos: a irresponsabilidade fiscal, a má administração, o aparelhamento da máquina pública, a degradação ambiental, o autoritarismo, a contabilidade criativa, a inflação, a recessão, o investimento em queda, a corrosão do emprego, a educação desprezada; todas essas realidades cotidianas em países nos quais o controle burocrático e político da sociedadeimpede o desenvolvimento livre das forças econômicas. Com um Estado mais enxuto, mais limitado, e mais sério, mesmo o problema da corrupção se reduz; quando há menos a se roubar, rouba-se menos.
A Petrobrás, por sinal, é o símbolo perfeito do que está em jogo. Pivô da crise política, foi palco de muito mais do que esquemas de corrupção. É uma empresa que, ao invés de operar seguindo critérios técnicos de mercado e com seu bom desempenho servir à sociedade, foi submetida aos projetos do governo e aparelhada segundo os interesses de um partido.
A dilapidação de seu valor passa pela política de manter o preço da gasolina artificialmente baixo – para estimular consumo e mascarar a inflação –, o que quebrou as pernas da empresa. Além de desvios, maus investimentos corroeram seus ativos. Recentemente revelou-se que estavam superavaliados em mais de R$ 88 bilhões. Só uma parcela disso se deve à corrupção – R$ 4 bilhões talvez. O resto vai para a conta da má gestão, do erro e da inépcia; do controle político de uma empresa que deveria, para seu próprio bem, operar no livre mercado.
Dia 12 está aí. No governo alguns já se acomodam, pensando que nada vai mudar; que a população já já esquece. Vamos mostrar o quanto estão errados. Vamos todos para a rua, protestar contra uma presidente que, depois de tantos desgovernos, já não é capaz de governar. E lembremos sempre: para além da corrupção, o governo Dilma deveria, com mais razão, entrar para a história como o governo da incompetência.